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Foto do escritorRamon Bonetti

Lúpus eritematoso cutâneo




Lúpus é uma doença autoimune do tecido conjuntivo, multi-sistêmica, que afeta a pele e apresenta lesões cutâneo-vasculares localizadas ou disseminadas. As lesões cutâneas usualmente se apresentam nas áreas expostas ao sol, que causa aparecimento ou agravamento de lesões.

A doença é associada com autoanticorpos, que são anticorpos dirigidos para células e tecidos do próprio corpo. Normalmente, o sistema imunológico diferencia as proteínas próprias do organismo das proteínas estranhas, formando anticorpos apenas contra as estranhas identificadas como potencialmente perigosas. Por causas ainda não bem compreendidas, podem ocorrer falhas nesse sistema de reconhecimento, com produção de autoanticorpos que atacam células e tecidos do próprio corpo, causando doenças autoimunes, como o lúpus.

De um modo geral, as mulheres são muito mais afetadas que os homens, numa taxa de 6:1, e raça negra é a mais acometida.

A doença tem um espectro amplo de manifestações clínicas, desde formas puramente cutâneas, quando os sintomas sistêmicos estão ausentes, até formas como o lúpus eritematoso sistêmico (LES), que atinge a pele e outros aparelhos e sistemas.

As formas cutâneas do lúpus podem ser inespecíficas, e as específicas são próprias da doença e permitem considerar três quadros clínicos da doença, que podem evoluir com ou sem comprometimento cutâneo: lúpus eritematoso cutâneo crônico, lúpus eritematoso cutâneo subagudo e lúpus eritematoso cutâneo agudo.


Lupus eritematoso cutâneo crônico causa lesões discoides eritematosas de cor rosada a violeta, com atrofia central e descamação, que afetam frequentemente a face, couro cabeludo e mucosas. Ocorre muito o característico eritema em “asa de borboleta” afetando nariz e malares.


Lupus eritematoso cutâneo subagudo causa lesões disseminadas, com importante componente de fotossensibilidade. Não deixa atrofia residual, mas deixa hipopigmentação e lesões vitiligoides.


Lupus eritematoso cutâneo agudo ocorre exclusivamente na forma sistêmica da doença em atividade ( LES) e manifesta-se por lesões eritematosas em asa de borboleta, dermatose por fotossensibilidade nas áreas expostas ao sol e lesões vesicobolhosas disseminadas.

O tratamento obrigatoriamente inclui proteção solar rigorosa, haja vista que todas as formas de lesão cutânea são relacionadas ou agravadas pela exposição solar. Além disso, usam-se comumente corticoides tópicos e sistêmicos, antimaláricos (que inicialmente eram usados para tratar malária), talidomida, e imunossupressores, dentre outros.

A forma sistêmica da doença, o LES, pode afetar de forma muito abrangente e por vezes muito gravemente a pele, e por isso deixarei para falar sobre isso num post separado.

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